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Amor próprio e beleza natural

Recentemente fui apresentada a uma amiga de uma amiga e esse encontro me fez refletir sobre várias coisas. Ela, linda. Inteligente, do bem, divertidíssima. Com duas horas de conversa (e vários drinques) viramos amigas de infância. Algumas coisas não podiam deixar de ser notadas: aplique, cílios postiços, sobrancelha desenhada fio a fio, unhas de gel. Nos lábios, preenchimento. Na testa, botox. Nada contra. Pelo contrário. Acredito que a mulher é livre para ser e se comportar da forma que quiser. Levantar e não pentear e cabelo, ok. Passar horas alisando ou enrolando o cabelo, ótimo. Fazer aquela make poderosa, sou dessas! Sair com a pele limpa, lindo! Acredito que está tudo bem quando a opção que escolhemos não agride a nós mesmas e aos outros a nossa volta. O estranhamento ocorreu quando, rindo sobre bobagens que já fizemos para nos sentirmos bonitas ela falou: “Se eu não fizer tudo isso, não sou ninguém!”. Para alguns poderia ser apenas uma expressão evidentemente exagerada de uma ideia. Mas percebi um ar de verdade naquelas palavras. Depois soube do real peso que a cobrança por beleza tinha na história, nos relacionamentos e até na carreira daquela mulher incrível. 

De repente, “apenas” um novo corte de cabelo, uma nova cor de batom, um look novo deixou de ser uma opção leve e virou quase que uma obrigação. Passamos a acreditar cada vez mais que a nossa beleza depende de alterações no formato do rosto, makes permanentes, fios que puxam a pele, mini cirurgias no nariz, preenchimentos e daquele produtinho com resultado instantâneo. De onde vem essa pretensão de nos desvincularmos da nossa identidade corporal? No fundo a pressão que é imposta à mulher, subtrai-lhe a confiança. Cria uma geração de mulheres que querem ter a altura que não têm, ter o nariz que não é dela e de toda a sua família, e que rejeitam os lábios finos herdados do pai. Gastar energia com tantas “alterações” é de certo modo não observar a natureza.

Esse ponto de vista não pretende descartar recursos que nos farão bem e melhor. A reflexão proposta é que devemos estar atentas ao que precede essa busca. Muitas vezes pode estar relacionada à angústias, anseio por aceitação. Muitas vezes fazemos opções não pela simples liberdade de escolha. Mas por pressões externas ou feridas internas ou expectativas alheias. Devemos admitir que buscar desenfreadamente esculpir nossos corpos não contribui para uma perspectiva equilibrada e saudável de nós mesmas.  

Essa dinâmica de amor próprio e de auto-aceitação é o que dá início a uma cultura mais consciente. 

No livro mulheres que correm com os lobos, Clarissa Pinkola Estés descreve bem essa ideia:

“Se lhe ensinarem a  detestar o próprio corpo, como poderá ela amar o corpo da mãe, que tem a mesma estrutura que o seu? -ou o corpo da avó, ou das suas filhas também? Como poderá ela amar os corpos de outras mulheres ( e homens) próximas a ela que tiverem herdado o corpo dos mesmos antepassados? Semelhante agressão a uma mulher destrói seu legítimo orgulho de parentesco com sua própria gente e lhe rouba a alegria natural que ela sinta por seu corpo, não importa qual seja sua altura, tamanho ou forma.  No fundo, a agressão ao corpo da mulher é uma agressão de longo alcance que atinge tanto os que vieram antes dela quanto os que chegarão depois. “

Fica a sugestão de reflexão, de leitura e de se olhar com amor, gratidão e respeito. 


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